Processamento de dados e o futuro das cidades

Mauricio Loeser

3 de outubro de 2022

O processamento de dados tem um papel crucial a desempenhar para ajudar as cidades a se tornarem zero carbono, melhorar a mobilidade urbana e gerenciar melhor sua infraestrutura de maneira segura, sustentável e econômica. Por isso, podemos considerar que os dados fazem parte das cidades do futuro.

A Navigant Research, especialista em inteligência de mercado, acompanha projetos de cidades inteligentes em mais de 280 cidades em todo o mundo. Suas estimativas indicam que o investimento nessas cidades deve atingir quase US$ 1,7 trilhão na próxima década. E é claro que a tecnologia e os dados ocupam um papel central nesses investimentos.

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Benefícios do processamento de dados

O número crescente de dispositivos da Internet das Coisas (IoT) implantados em todas as partes do ambiente urbano tem o potencial de mudar nossa compreensão de como as cidades funcionam. Os desenvolvimentos em análise de big data, aprendizado de máquina, inteligência artificial (IA) e visualização de dados estão fornecendo aos líderes das cidades ferramentas para ajudar a entender esses fluxos de dados.

Ao mesmo tempo, as cidades estão desenvolvendo novas plataformas para integração e compartilhamento de dados que estão quebrando silos de operações tradicionais e abrindo acesso a todas as partes interessadas e potenciais fornecedores de soluções.

Por esse motivo, os benefícios oferecidos pelo processamento de dados são um elemento importante de muitas estratégias de cidades inteligentes. Por exemplo:

– A análise preditiva dos padrões de tráfego e transporte pode reduzir o congestionamento e melhorar a eficiência dos serviços de transporte público.

– Os recursos da cidade para segurança pública, assistência social e outros serviços importantes podem ser direcionados de forma mais eficaz usa00ndo análises atualizadas.

– Os programas de eficiência energética podem ser direcionados às famílias mais vulneráveis e a edifícios adequados para programas de retrofit.

– As plataformas de dados abertos podem aumentar o envolvimento dos cidadãos e incentivar novas formas de criatividade e inovação entre desenvolvedores e outros provedores de serviços.

Uso de dados nas cidades do futuro

O processamento de dados tem um papel a desempenhar em todos os aspectos do serviço público e das operações da cidade. Veja só alguns exemplos de como isso pode ser colocado em prática:

A mudança para cidades de carbono zero

O processamento de dados tem um papel essencial a desempenhar para permitir que cidades, serviços públicos e outros parceiros otimizem o fluxo de energia e recursos para atingir suas metas ambiciosas de carbono zero.

A análise é vital, por exemplo, no gerenciamento eficiente de sistemas de energia comunitários baseados em energia renovável distribuída, tecnologias de armazenamento e microrredes. Projetos como o programa Sharing Cities, financiado pela UE (liderado por Londres, Milão e Lisboa) estão explorando o uso de dados de energia em um sistema de gerenciamento de energia sustentável que otimiza a produção e o consumo de energia em nível comunitário.

Mobilidade aprimorada

Os departamentos de transporte da cidade têm sido líderes no uso de análises avançadas. Dados coletados em tempo real a partir de sensores e outros dispositivos estão ajudando a otimizar as conexões entre os modos de transporte para tempos de viagem mais rápidos, reduzir os custos de operação e aumentar a conveniência por meio de serviços de informação aprimorados para os usuários.

Hangzhou, na China, implantou a plataforma City Brain do Alibaba para prever fluxos de tráfego e detectar acidentes como parte de seu sistema de gerenciamento de tráfego. Com esta plataforma, a cidade passou do 5º para o 57º na lista das cidades mais congestionadas da China.

Melhor gerenciamento de ativos

O processamento de dados permite que as cidades monitorem e gerenciem melhor uma ampla variedade de infraestrutura urbana e usem a manutenção preditiva para reduzir riscos e custos.

Kansas City, nos EUA, está usando tecnologias de análise de dados e sensores, juntamente com infraestrutura verde, para economizar US$ 1 bilhão em custos de infraestrutura associados a um projeto de atualização de esgoto inteligente de US$ 4,5 bilhões.

Benchmarking da cidade

O processamento de dados também está sendo usado para fornecer novos insights sobre o desempenho econômico. Dublin, na Irlanda, faz parte de um grupo de cidades parceiras da Mastercard sob sua iniciativa City Possible. As informações das análises de gastos da cidade da Mastercard estão sendo usadas como parte dos relatórios de monitoramento econômico do conselho da cidade para ajudar o conselho a entender melhor os padrões de gastos dos dublinenses e turistas e comparar o desempenho de Dublin com toda a Irlanda.

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